O avanço da inteligência artificial e seu impacto na economia neoliberal ressaltam a relevância da teoria do valor-trabalho para entender as transformações contemporâneas no mercado de trabalho. Em contexto onde a automação redefine funções e cria novas dinâmicas laborais, a discussão sobre como o trabalho humano se integra a esse cenário torna-se fundamental. Este encontro, ao abordar essas questões, busca explorar contribuições para a teoria do valor-trabalho e suas implicações no capitalismo atual, promovendo um diálogo crítico sobre o futuro do trabalho e suas intersecções com a tecnologia.
Assim, com a temática "Inteligência Artificial, Trabalho e Capitalismo Neoliberal" , o GETP/UnB convida para o |
Comissão Técnico-Científica |
Aldo Antonio de Oliveira |
Comissão Organizadora |
Camila Potyara |
Palestrantes confirmados |
Conferencista de abertura, James Steinhoff, University College Dublin, Irlanda. |
O estudo busca entender se o uso da Inteligência Artificial influencia a política, ameaçando o estado democrático de direito. Analisa como a IA é utilizada por grupos de poder para fins políticos e econômicos, afetando a democracia. A discussão é essencial para defender a participação social e evitar o controle da tecnologia por corporações que exploram trabalho e consumo.
O presente texto visa apresentar elementos para uma avaliação da crise própria à reestruturação capitalista sob regime neoliberal, a partir dos anos 1970, tendo por pressuposto o desenvolvimento das forças produtivas desdobrado pela revolução microeletrônica. Desenvolveremos a hipótese de que, neste contexto de crise, o processo de plataformização (Van Dijck; Poell; De Wall, 2018; Poell; Nieborg; Van Dijck, 2020 e Valente, 2021) reinstitui, num novo plano, a perspectiva de ordenação jurídica - o nomos da terra postulado pelo jurista reacionário alemão Carl Schmitt (2014) – de tal modo que a perspectiva do mundo como uma imensa fronteira, conforme a avaliação de Arantes (2022) a partir de Bauman (2010), pode ser observada nos termos de uma sobreposição das bases normativas do Estado pelas funcionalidades formais da Comunicação.
O projeto visa analisar os impactos do investimento de empresas de e-commerce, especialmente no uso de IA, sobre o Brasil, focando nos setores de vestuário, logística e condições de trabalho. Avalia-se se a IA contribui para a concentração de capital e monopólios e como isso afeta salários e condições laborais em centros de distribuição e produção. A pesquisa também busca promover a cooperação internacional entre instituições brasileiras e estrangeiras para um maior intercâmbio de conhecimento.
Anexo o arquivo do resumo expandido
A emergência da Inteligência Artificial impacta profundamente a sociedade capitalista e, especialmente, o trabalho, exigindo uma análise marxiana para entender suas consequências históricas. O estudo foca na subsunção cognitiva do trabalhador à máquina, inspirando-se na figura do autômato fabril presente na obra de Marx.
O crescimento da Inteligência Artificial, impulsionado por modelos como o ChatGPT, trouxe à tona a precarização do trabalho nas plataformas digitais que empregam essa tecnologia. Embora prometam flexibilidade, muitas dessas plataformas submetem os trabalhadores a jornadas exaustivas e desgaste psicológico. O estudo busca examinar as reais condições de trabalho nessas plataformas, destacando o impacto das políticas neoliberais no setor.
O artigo analisa a relação entre trabalho humano e tecnologias digitais, argumentando que a plataformização intensifica a precarização do trabalho no contexto capitalista. A crítica se concentra na narrativa do "fetichismo da tecnologia", que obscurece as relações sociais subjacentes à exploração do trabalho. A pesquisa utiliza uma abordagem marxista para discutir a superexploração e os dilemas do trabalho precário sendo que seus resultados indicam que a plataformização não representa uma nova fase do trabalho, mas sim uma continuação das formas precárias existentes, aprofundando formas de trabalho precário já existentes.
O termo desemprego estrutural é amplamente discutido nas transformações das relações capital-trabalho, especialmente em relação ao impacto das novas tecnologias. Associado ao desemprego tecnológico, ele reflete a substituição permanente da força de trabalho por sistemas mecânicos, levantando questões sobre a incompatibilidade entre inovações e qualificação da classe trabalhadora. Este trabalho propõe uma metodologia para analisar a relação entre novas tecnologias e os padrões emergentes do mercado de trabalho.
Este texto analisa como o livro didático faz parte do processo de alienação, a partir de reflexões sobre sua transição do papel para o digital. Há uma fetichização do livro didático como mercadoria. Não é por acaso que muitos debates educacionais sobre a melhora e a democratização da educação giram ao redor do material, o que reduz o debate ao conteúdo do livro didático, em vez de questionar a forma como a educação escolar se concretiza com o material no centro desse processo educacional. Somado a isso, não foi possível, até hoje, demonstrar o ganho real na aprendizagem dos estudantes com o livro didático. Contudo, o(a) professor(a) foi alienado(a) de sua atividade profissional ao inseri-lo como intermediário de sua atividade.
A Inteligência Artificial tem ganhado visibilidade em várias áreas da sociedade, com aplicações amplas que vão da saúde às finanças, especialmente impulsionadas pelo sucesso de sistemas como o ChatGPT. Enquanto o impacto da IA no trabalho levanta discussões sobre automação e precarização, a resposta às questões éticas e sociais tem levado à busca por regulamentação, com iniciativas emergindo em legislações nacionais e propostas globais.
Este trabalho investiga como o giro regulatório e de governança aborda os desafios da IA no contexto do trabalho e avalia a eficácia das soluções propostas para os trabalhadores. A análise será realizada em duas dimensões, nacional e internacional, com estudos de caso sobre iniciativas de regulação e governança para a tecnologia.
As relações de trabalho passam por rápidas e profundas transformações nesta era digital, sobretudo com a proliferação da chamada subordinação algorítmica e a profunda e crescente penetração da inteligência artificial nos processos de produção capitalista e controle e jurisdição trabalhistas. Esse fenômeno será o tema da reflexão.
A Indústria 4.0, caracterizada pela integração de tecnologias como inteligência artificial e automação, está revolucionando a produção e a estrutura do trabalho, suscitando debates sobre o futuro do emprego e a ampliação das desigualdades. As inovações dessa quarta revolução industrial projetam ganhos de produtividade, mas também apresentam riscos de precarização do trabalho e aprofundamento das disparidades sociais. Este trabalho busca entender a Indústria 4.0 e seus impactos no mundo do trabalho.
Resumo expandido sobre a primeira etapa de investigação de conteúdo em trabalho de mestrado intitulado: "A intensificação do trabalho docente nas séries iniciais em escolas pública no Distrito Federal".
O artigo examina o Benefício de Prestação Continuada (BPC), um direito assistencial garantido pela Constituição de 1988 e regulamentado pela LOAS, que exige critérios como laudo médico e inscrição no Cadastro Único. Destaca-se a política de acesso restrito ao BPC, reforçada pelo critério de renda per capita de até ¼ do salário mínimo, que reflete uma política social limitada para populações de baixa renda. O artigo foca na portaria MDS/INSS nº 28/2024, que implementa a revisão compulsória de cadastros com coleta biométrica, iniciada este ano.
O presente artigo resulta da análise de resoluções emitidas pelos Conselhos de Profissão das quatorze profissões de nível superior da saúde. Buscamos compreender especificamente como essas autarquias têm normatizado a atuação de profissionais no que diz respeito a coleta e uso de dados da população usuária.
Novas tecnologias como a robótica, a inteligência artificial, com seus impactos multifacetados no mundo do trabalho e nas relações sociais de conjunto tem desafiado os pesquisadores das ciências humanas sobre a possibilidade de compreensão das transformações a que elas podem levar.
Uma das questões que se colocam para os que reivindicam a teoria do valor como fundamentada na quantidade de trabalho abstrato cristalizado nas mercadorias é se essas novas tecnologias não invalidariam essa perspectiva teórica, na medida que, pretensamente, essa novas máquinas dotadas de 'inteligência' seriam capazes de criar valor prescindindo da intervenção humana na atividade produtiva.
O presente artigo visa mostrar o erro dessa perspectiva, posto o valor ser forma histórica necessária de expressão da mensuração da utilização das forças produtivas no capitalismo, sendo a categoria valor indissoluvelmente ligada à categoria trabalho abstrato.
Para isso o artigo se baseia no famoso 'Fragmento sobre as máquinas', nos 'Grundrisse', assim como nas diversas passagens em que Marx debate as questões tecnológicas nos três livros do 'Capital', assim como em debates feitos contemporaneamente sobre a interpretação marxista da revolução tecnológica que vivemos a nível internacional.
A teoria do valor, sob a perspectiva marxiana, permite sondar as nuances da produção da riqueza e as formas de apropriação dela. O trabalho gera valor seja ele na manifestação do produto material, imaterial, tangível ou intangível. É o processo de produção mercantil que define a forma valor enquanto produto do trabalho. O objetivo deste trabalho é explicitar como o cenário laboral e os avanços tecnológico constituem uma realidade contemporânea . As relações de produção só se sofisticaram, sobretudo com a emergência da inteligência artificial (AI). Por outro lado, parte-se da hipótese que os mecanismo que geram valor não se alteram em sua essência no processo de acumulação capitalista.
A Teoria do Valor, tal como desenvolvida por Karl Marx nos idos do século XIX – notoriamente a partir das formulações de Adam Smith e David Ricardo –, constitui o que se poderia chamar de alma (no sentido aristotélico, como ψυχή [psychḗ], ou anima, aquilo que dá vida a algo) do sistema de metabolismo social do capital.
Nos últimos anos, a assim chamada “inteligência artificial” tem sido progressivamente utilizada como importante ferramenta de trabalho em diversos sectores econômicos ao redor do mundo.
De modo preliminar, a inteligência artificial pode ser tomada como um conjunto de métodos e ferramentas computacionais que permitem aos softwares executar tarefas de forma autónoma ou semiautônoma. Tais processos, ao emular “comportamentos inteligentes”, aparentam a realização de formas de “aprendizado por máquinas”, daí a própria designação (fetichizadora) de uma “inteligência artificial”.
Engendrada como desenvolvimento tecnológico como finalidades específicas, ou como avanço das forças produtivas circunscrito por relações sociais de produção capitalistas, a inteligência artificial incide direta e indiretamente sobre as formas atuais de produção do
valor.
Na história da interpretação da teoria de Marx houve uma oposição marcada entre os que defendiam como elemento para explicar as crises os limites na demanda efetiva que se produzem no capitalismo, pela própria lógica do sistema, e os que buscam explicar as crises do sistema pela tendência à queda da taxa de lucro, como se esses dois pontos fossem mutuamente excludentes.
Contudo, ao contrário de uma exclusão ambos os elementos só são compreensíveis em sua profundidade na medida em que são integrados de forma sistemática.
O presente artigo busca construir as bases para a integração desses dois aspectos distintos da teoria das crises marxista.
O resumo aqui apresentado é parte do projeto de pesquisa, em andamento, iniciado em agosto de 2024, cadastrado no Programa de Mestrado Interdisciplinar de Educação Linguagens e Tecnologias, da Unidade de Ciências Sócio Econômicas e Humanas, Nelson de Abreu Junior, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), com cede no município de Anápolis- GO. Vinculado à Linha de Pesquisa 1: Educação, Escola e Tecnologias, a questão central deste projeto é; em que sentido a educação pode ser entendida como mercadoria no processo de privatização neoliberal?
A partir da análise de um conjunto amplo de autores, buscamos compreender, em suas múltiplas dimensões, dois movimentos de um mesmo processo (reestruturação produtiva e neoliberalismo = reestruturação do capital), norteadores do conjunto de respostas do capital à crise estrutural do início da década de 1970. Temos como objetivo: 1) lançar luz às dinâmicas macroestruturais do capitalismo global que deram origem à nova morfologia do mundo do trabalho, com enfoque em três aspectos fundamentais: político, econômico e ideológico; 2) e levantar quais os principais impactos derivados dessa reestruturação para os jovens trabalhadores e para as entidades representativas da classe eletricitária e sua consequente ação política.
Esse resumo pretende discutir como as mudanças em determinados procedimentos, técnicas e equipamentos – em parte relativas à Inteligência Artificial – permitiram à Cervejaria Cuiabana/Brahma conseguir maiores lucros e defender-se das iniciativas do operariado fabril na empresa dirigidas pelo nascente sindicato dos trabalhadores nas indústrias da alimentação em Mato Grosso, o Sintia. Esse combativo sindicato, após um significativo período de organização clandestina de seus principais dirigentes, passa a ser reconhecido e a atuar legalmente a partir do final dos anos 1980. O objetivo principal do presente trabalho é discutir em que medida o crescimento dos lucros resultantes dessas mudanças pode ser pensado como um fator a contribuir como um freio, sem dúvida com as devidas mediações, na tendência de queda da taxa de lucros da economia mundial.
Resumo: No marxismo, Lenin foi o primeiro a teorizar sobre a aristocracia operária. Nossa hipótese inicial é de que o fenômeno da aristocracia operária não ficou preso aos países imperialistas, mas que também se encontrou aos países subdesenvolvidos e dependentes. A pesquisa tem um caráter fundamentalmente de levantamento bibliográfico, tendo como estrutura, recuperar a discussão marxiana quanto ao trabalho produtivo e improdutivo, assim como, as diferenças entre trabalhador e operário; apresentar a discussão teórica sobre a aristocracia operária e avançar para o capitalismo brasileiro, decisivamente a partir das greves do ABC (1978-80) até o início do século XXI.
Palavras-chave: Classe operária; Aristocracia operária; Subdesenvolvimento.
O cooperativismo de plataforma representa uma alternativa em que trabalhadores controlam plataformas digitais para serviços locais e globais, abrangendo setores como saúde, entrega, agricultura e economia criativa. Essa abordagem ganha relevância tanto no Norte quanto no Sul Global, com exemplos no Brasil envolvendo cooperativas de crédito e moedas sociais, que fortalecem atividades econômicas locais. No Brasil, o desafio é estruturar esses modelos cooperativos em cadeias produtivas que possam receber apoio governamental e consolidar a economia solidária em setores populares, como reciclagem, agricultura e manufatura.
Este artigo reflete sobre o cinema asiático como forma de capturar e criticar a precarização do trabalho e a luta por um novo modo de vida no século XXI. A partir de três documentários — Behemoth (Zhao Liang, 2015), Máquinas (Rahul Jain, 2016) e China Blue (Micha Peled, 2005) —, o estudo analisa como essas obras representam a exploração e precarização vivida pela classe trabalhadora. O novo cinema do trabalho traz, assim, importantes contribuições para compreender as contradições e desafios da precarização da vida em nosso tempo histórico.
La ponencia expone algunas lecturas preliminares de resultados de una investigación nacional sobre el sector audiovisual argentino alojada en un proyecto mayor que indaga formas de valorización y cambios en las condiciones del trabajo plataformizado con estudios comparativos de sectores laborales diversos. El sector audiovisual ingresa en este recorrido con especificidades relacionadas con la naturaleza de los bienes y servicios culturales que en él se intercambian, que revisten un doble valor económico y simbólico, pero también como una actividad de impacto económico y en el empleo. Indagar en este contexto sobre las características que adquieren las prácticas laborales vinculadas con la producción cultural, así como las percepciones de los trabajadores sobre los principales cambios del escenario económico colaboran para pensar el estadio actual del capitalismo de plataformas.
Este trabalho propõe um diálogo crítico sobre o futuro do trabalho e suas intersecções com a tecnologia, retornando à relação laboral da roçagem como base da economia extrativista brasileira. A pintura "O Derrubador Brasileiro," de Almeida Júnior (1879), é utilizada para analisar a relação entre homem, ferramenta, trabalho e extração de recursos. A obra, um expoente do realismo brasileiro, revela as características sociais e econômicas do Brasil através da figura do trabalhador mestiço e sua indumentária rústica, elementos centrais para a análise proposta.
O presente trabalho, relacionado ao Tema 4 - Mudanças nas relações de trabalho, produção cultural e resistência social, parte de reflexões extraídas de tese de doutorado realizada no período de 2018 a 2022, intitulada “POLÍTICAS DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS - MA E LUTAS PELO DIREITO À CIDADE: a não efetividade dos programas de habitação e a permanência das formas precárias de moradia”, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão, tem o objetivo de problematizar as condições precárias dos trabalhadores, que também são moradores e fazedores de cultura, do Centro Histórico de São Luís (CHSL), embora invisíveis aos olhos da sociedade e dos visitantes consumidores solváveis da rica e diversa cultura local (Chaves, 2024).
No capitalismo, a cobertura do tempo socialmente necessário de reprodução social da força de trabalho conjuga uma dialética entre salário direto e indireto. Busca-se demonstrar a incidência da forma salário indireto na cobertura do tempo socialmente necessário de reprodução social da força de trabalho, ou valor, sobre: a composição de valor do capital (CVC); o mais-valor; o preço de custo da mercadoria e as taxas de exploração e de lucro. Em outras palavras, ilustrar o rebatimento da forma salário indireto sobre a apropriação do tempo necessário pela classe trabalhadora e a apropriação do tempo excedente pelo capitalista.
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a superexploração do trabalho presente na agroindústria canavieira, tomando como referência o caso dos assalariados rurais cortadores de cana. Para tanto, se mostrará de que forma se estabelece a relação entre pagamento por produção – modalidade de salário variável e forma predominante de remuneração dos cortadores de cana – intensificação do trabalho e superexploração. A análise é construída a partir do diálogo com a teoria do valor de Marx e com a teoria marxista da dependência, fundamentais para se entender o que tem ocorrido no mundo do trabalho na contemporaneidade, sobretudo na América Latina.
Palavras-chave: Teoria do valor; teoria marxista da dependência; superexploração.
Parte-se da teoria do valor-trabalho para compreender as condições de exploração a estão sujeitos os migrantes brasileiros em Londres. Busca-se observar duas das magnitudes de extração de mais-valor: a jornadas de trabalho e a intensidade de trabalho (Marx, 1984; Dal Rosso, 2017). Também busca-se observar a influência do salário por peça na intensificação e prolongamento da jornada desses trabalhadores. Argumenta-se que esse trabalho gera valor.
Este trabalho investiga a relevância da teoria do valor de Marx para entender a exploração do trabalho no capitalismo de plataformas, mostrando como o setor digital, embora automatizado, ainda depende intensamente do trabalho humano, especialmente em países periféricos. A análise destaca a contradição entre o avanço tecnológico e a contínua superexploração do trabalho, ocultada pelo "fetichismo tecnológico" que disfarça a dependência do capital pelo trabalho humano. O estudo defende que o capitalismo de plataformas usa a tecnologia para intensificar, e não diminuir, a exploração do trabalho, especialmente no setor de serviços.
Esta contribuição pretende examinar o tema das jornadas laborais aos dias de hoje. Não se trata apenas de comentar a proposta alemã noticiada pela grande imprensa que envolveria 70% das empresas em jornadas de 4 dias por semana. Algo semelhante ocorreu em experimento de redução da duração da jornada feito na Islândia (ILO, 2022:145. Iceland, 2015-2019, reduced workweek pilot). A duração da jornada laboral está em declínio no Japão e na Coréia do Sul. Infelizmente não há sinal de uma política nacional de redução da duração da jornada nos Estados Unidos consequentemente projetando sua influência para outros países do mundo. Ocorreram, entretanto, importantes greves recentemente pela redução das jornadas laborais não nacionais, mas em setores tais como docentes, metalúrgicos e outros.
Este artigo aprofunda a metodologia da World Labour Values Database (WLVDB) ao integrar a EXIOBASE, ampliando a análise da exploração do trabalho com dados econômicos e ambientais de relevância global. A integração permite avaliar as relações entre trabalho e sustentabilidade, oferecendo uma visão mais completa das desigualdades no mercado de trabalho. Com essa expansão, o estudo explora as variações da exploração do trabalho entre países e setores, abordando as interdependências econômicas globais e os impactos das políticas industriais.
A composição orgânica do capital, como uma das formas de mudança institucional, abre uma nova perspectiva para variável de capital constante explicar a parceria público privado das PMEs e a relação com a teoria do processo de trabalho. Esta revisão sistemática faz uma análise estática de todos os documentos multidisciplinares encontrados na base de dados WOS sobre capital constante, composição orgânica do capital e teoria do processo de trabalho, usando o pacote RStudio Biblioshiny e o diagrama de fluxo PRISMA 2020 para mineração, tendências e pontos relevantes de pesquisa.
O dinheiro em Marx é um assunto que apesar de intensamente discutido permanece em disputa na academia. Baseando-se no Capítulo III do Livro I d’O Capital (MARX, 2013), seria Marx um quantitativista ? Baseando-se na Seção V do Livro III (MARX, 2017), as considerações sobre o capital portador de juros aproximaria Marx da Teoria da Preferência pela Liquidez (TPL)? Este artigo tem como objetivo discutir o dinheiro em Marx, separando-o das teorias monetárias keynesiana e neoclássica, com o intuito de contribuir para o melhor entendimento e consolidação do pensamento monetário marxista.
O presente trabalho se propõe a realizar uma análise a respeito do desenvolvimento do sistema econômico-político-financeiro internacional que fundamenta o estabelecimento do regime do dólar de Wall Street, com o objetivo de compreender a implantação do neoliberalismo. Posto este aparato teórico, pretende-se investigar como o estabelecimento do regime do dólar puro e a financeirização quantitativa influenciaram na transformação dos mecanismos de apropriação do Estado dependente latino-americano. Por fim, explorar de que maneira o desenvolvimento desses processos impactou as condições de reprodução social.
O objetivo do ensaio é trazer perspectivas inéditas sobre a nova estratégia para o CEIS no bojo do padrão de reprodução brasileiro atual. Especificamente, propõe-se jogar luz a dimensões concretas no geral pouco evidenciadas, sobre as condições de trabalho no Brasil, e daqueles da saúde em particular, a transferência de valor como troca desigual, e com ênfase no âmbito do comércio exterior, no setor de “Saúde e Serviço Social” e em uma aproximação preliminar ao CEIS a partir das indústrias que o compõem.
O artigo acompanha a tese de alguns dos autores que consideram que a China apresenta um novo e peculiar tipo de desenvolvimento (JABBOUR & GABRIELLE, 2021; SAWAYA, 2011), sem, no entanto, fechar os olhos para as dificuldades tendenciais de associar uma “economia de mercado” a uma ideologia socialista.
O aspecto que queremos realçar é o de que tratamos da China como referência fundamental para os países da periferia do capitalismo, que insistentemente vêm buscando um desenvolvimento mimético aos países capitalistas desenvolvidos. A este respeito, nossa tese acompanha aquela dos expoentes da Teoria Marxista da Dependência (MARINI, 1973; SANTOS, 2011; OSORIO, 2004) .
Este trabalho investiga o programa "Uma ponte para o futuro," do PMDB, adotado pelo governo Temer, como marco de uma nova onda de reformas neoliberais no Brasil. Através de análise de discurso e conteúdo, exploram-se os pressupostos e objetivos do programa, que diagnostica a crise fiscal como estrutural e sugere ajustes permanentes focados em cortes de gastos sociais, excluindo a dívida pública e benefícios fiscais ao empresariado. Os resultados revelam um diagnóstico alinhado aos interesses do capital financeiro, demonstrando como o programa reforça desigualdades estruturais e evidencia a resiliência do neoliberalismo no Brasil pós-crise de 2008.
Este trabalho, baseado no materialismo histórico-dialético e articulado com autores como Marx e Tarcízio Silva, analisa criticamente o racismo algorítmico no Brasil, focando em casos de reconhecimento facial. O estudo busca expor as opressões contemporâneas e propor alternativas para enfrentar esses mecanismos excludentes. O objetivo central é fortalecer a resistência ao racismo e outras formas de opressão.
UBERIZAÇÃO E PLATAFORMIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE FEMININO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O estudo investigou as histórias de vida de mulheres entregadoras de alimentos via plataformas digitais no Distrito Federal, destacando as especificidades e condições enfrentadas por elas, que são majoritariamente negras e periféricas. Durante a pandemia, o trabalho desses entregadores se tornou essencial, mas o foco nos homens invisibilizou as mulheres da categoria. A pesquisa revela que, sem rede de apoio e enfrentando opressões de gênero, raça, orientação sexual e classe, essas mulheres têm no trabalho plataformizado, muitas vezes, sua única fonte de renda.
O trabalho explora a violência e o esvaziamento humano na dominação do capital fictício, empregando um método que revela as relações desiguais e de exploração no capitalismo. Baseado no materialismo dialético, considera que todos os fenômenos sociais são produtos do trabalho humano, refletindo a construção do homem como ser social através do trabalho. A análise foca no processo homem-natureza como central para entender essa produção social.
Este trabalho examina a formação de uma concepção individualista do trabalho, associada à precarização e ao impacto de políticas neoliberais no contexto da crise estrutural do capital, que promovem a “cultura da precariedade” e a aquiescência dos trabalhadores. A pesquisa destaca as dimensões de individualismo e consentimento (aquiescência) como significados do trabalho para brasileiros, evidenciando como essas percepções variam entre cargos gerenciais e não-gerenciais, empregadores, e trabalhadores formais, informais ou excluídos. O estudo busca compreender as diferentes percepções sobre trabalho em um cenário marcado pela instabilidade e concentração de capital. Apresenta resultados parciais de pesquisa de doutoramento que abordou significados atribuídos ao trabalho entre trabalhadores brasileiros.
Resumo: Esse artigo objetiva investigar como ocorre a construção do mito da alta performance do trabalhador no Brasil. Ancora na compreensão da operacionalização da gramática neoliberal inserida na espiral do simulacro do mundo do trabalho. Por efeito, pretende aprofundar essa discussão a partir da teoria do Simulacro e Simulações de Jean Baudrillard, a semiótica e o mito em Barthes. Os dados da pesquisa são provenientes dos Relatórios de Iniciação Científica e tratados pela abordagem qualitativa, utilizando a pesquisa documental e análise de discurso. Como resultado, identificou as narrativas utilizadas pelos coaches para amparar o comportamento da alta performance no trabalho.
Esta comunicação foi construída a partir de uma tese de doutorado em que foram exploradas duas categorias de trabalhadores: microempreendedores individuais e motoristas por aplicativo no que se verifica elementos de contato por intermédio de uma aproximação da precarização como transferência de riscos e suas múltiplas formas de legitimação.
Este trabalho tem como objetivo geral fazer um enquadramento dos empreendedores no mundo do trabalho, a partir de uma reflexão teórica crítica e, mais especificamente, 1) compreender sua relação diante das figuras do “empresário” e do “trabalhador formal assalariado”; e 2) sua suposta oposição a um empreendedorismo “periférico” ou “popular”.