Palestrante
Descrição
Novas tecnologias como a robótica, a inteligência artificial, com seus impactos multifacetados no mundo do trabalho e nas relações sociais de conjunto tem desafiado os pesquisadores das ciências humanas sobre a possibilidade de compreensão das transformações a que elas podem levar.
Uma das questões que se colocam para os que reivindicam a teoria do valor como fundamentada na quantidade de trabalho abstrato cristalizado nas mercadorias é se essas novas tecnologias não invalidariam essa perspectiva teórica, na medida que, pretensamente, essa novas máquinas dotadas de 'inteligência' seriam capazes de criar valor prescindindo da intervenção humana na atividade produtiva.
O presente artigo visa mostrar o erro dessa perspectiva, posto o valor ser forma histórica necessária de expressão da mensuração da utilização das forças produtivas no capitalismo, sendo a categoria valor indissoluvelmente ligada à categoria trabalho abstrato.
Para isso o artigo se baseia no famoso 'Fragmento sobre as máquinas', nos 'Grundrisse', assim como nas diversas passagens em que Marx debate as questões tecnológicas nos três livros do 'Capital', assim como em debates feitos contemporaneamente sobre a interpretação marxista da revolução tecnológica que vivemos a nível internacional.